O teste com a nova versão da Starship que aconteceu na última quinta-feira (20) na Starbase, em Boca Chica, no Sul do Texas, terminou com uma pequena explosão. O incidente ocorreu durante testes de pressão do sistema de gás, antes mesmo da instalação dos motores do foguete.
Diferente de falhas anteriores que resultaram em grandes bolas de fogo, esta explosão danificou seletivamente uma lateral inteira da seção inferior do propulsor, deixando o restante da estrutura aparentemente intacta. A SpaceX confirmou em comunicado que ninguém se feriu, já que a área havia sido isolada para os testes, mas afirmou que as equipes precisarão de tempo para investigar as causas do acidente.
Em uma postagem na manhã desta sexta-feira (21) no X, um usuário chamado Starship Gazer, que descreve as atualizações da Starship nos últimos cinco anos, acompanhando os testes, postou uma imagem do Booster 18 com grande parte da parte inferior do veículo amassada. “Danos muito significativos em toda a seção do tanque de LOX [oxigênio líquido]”, disse na postagem.
A full view of super heavy booster 18’s catastrophic damage during testing tonight. Very significant damage to the entire LOX tank section.
11/21/25 pic.twitter.com/Kw8XeZ2qXW
— Starship Gazer (@StarshipGazer) November 21, 2025
Explosão da Starship pode comprometer o cronograma da SpaceX?
O equipamento afetado representa um componente vital do que a SpaceX classifica como Starship versão três (V3). Este novo modelo do veículo espacial foi projetado para ser um pouco maior, mais potente e mais confiável que os anteriores. A principal diferença dessa versão é a capacidade de reabastecimento em órbita terrestre, uma tecnologia essencial para as missões lunares e marcianas que a empresa pretende realizar.
As implicações da explosão para os prazos da companhia ainda são incertos, mas qualquer atraso substancial no cronograma de testes pode comprometer os ambiciosos prazos da SpaceX. A empresa mantém o objetivo de demonstrar a transferência de combustível entre naves Starship em órbita ainda em 2026, algo fundamental para a missão Artemis 3, na qual a Starship será usada como módulo de pouso na Lua. Atualmente, a empresa de Elon Musk prevê a missão para 2028, apesar de oficialmente a NASA ainda manter uma otimista data em 2027.
NASA já revelou preocupações
O programa lunar da SpaceX já enfrenta escrutínio da NASA, cujo administrador interino, Sean Duffy, manifestou publicamente preocupações com o ritmo de desenvolvimento e sugeriu que poderia conceder à Blue Origin, concorrente direta, a oportunidade de assumir contratos lunares.
O contexto competitivo se intensifica com os recentes avanços da Blue Origin, que na semana passada realizou com sucesso o segundo lançamento de seu foguete New Glenn, entregou carga útil comercial para a NASA e recuperou seu primeiro propulsor. A empresa ainda revelou planos para uma versão ampliada do New Glenn, posicionando-se como concorrente direto da Starship no mercado de lançamentos superpesados.
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Todos esses objetivos, entretanto, vão ficar em espera nesse momento, enquanto a SpaceX investiga as causas do incidente que causou a explosão da nova versão da Starship antes mesmo da decolagem. Em 2025, a V2 voou cinco vezes e explodiu em três. Mas depois de dois voos bem-sucedidos, a empresa parecia pronta para começar os testes com a nova versão de forma limpa, no entanto, os fantasmas do passado ainda assombram a SpaceX…
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